Avaliação da Aprendizagem

 

Por: Dandara Rodrigues dos Santos

          Programa de Educação Tutorial  (PET)  

          Licenciatura em Pedagogia-UFBA

 

Avaliação da Aprendizagem

 

 

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      A avaliação escolar é uma prática necessária para o processo de ensino e aprendizagem, principalmente enquanto instrumento de reflexão sobre a prática pedagógica. Nessa perspectiva, ela deve ser uma ferramenta de orientação com o objetivo de promover a qualidade do sistema de ensino escolar.

Apesar de ser a avaliação uma prática social ampla, pela própria capacidade que o ser humano tem de observar, refletir e julgar, na escola sua dimensão não tem sido muito clara. Ela vem sendo utilizada ao longo das décadas como atribuição de notas, visando a promoção ou reprovação do aluno. (ADAMUZ, 2015, p. 1).

      Em muitas escolas, geralmente predomina a cultura de avaliação classificatória, na qual a avaliação perde a finalidade de promover o avanço do educando no processo de ensino e aprendizagem. O modelo classificatório acaba sendo uma ameaça para os alunos. Aqui definimos modelo de avaliação classificatória como aquele que exclusivamente atribui nota aos alunos tendo como fonte de consulta a prova escrita.

        Segundo Vasconcelos (2000), existem algumas alternativas para lidar com o problema da avaliação Classificatória. O autor salienta que as teorias possibilitam algumas alternativas, mas o que modifica a realidade é a prática.  Por exemplo: existem muitos professores que tem um belo discurso sobre avaliação defendendo como um processo contínuo que não se resume em notas, mas na aprendizagem dos alunos. Porém, fazem uso de provas em modelo de avaliação estritamente classificatória com seus alunos.

    Concordo com autor e acredito que avaliação exige observação cuidadosa, sistematização e planejamento na prática pedagógica. Considero que existem estratégias metodológicas de avaliar que tenham o objetivo de transformar a realidade, deixando somente de julgar e rotular os discentes.

A avaliação educacional, em geral, e a avaliação de aprendizagem escolar, em particular, são meios e não fins, em si mesmas, estando assim delimitadas pela teoria e pela prática que as circunstancializam. Desse modo, entendemos que a avaliação não se dá nem se dará num vazio conceitual, mas sim dimensionada por um modelo teórico de mundo e de educação, traduzido em prática pedagógica. (LUCKESI, 1995, p. 28).

      O processo de avaliação precisa ser uma analise contínua, ou seja, o educador avaliador tem que intervir com intuito de ajudar o aluno a perceber o erro (que faz parte do processo) e corrigi-lo. Nesse sentido não basta apenas examinar o erro, é necessário que se modifiquem as práticas de ensino e de aprendizagem para que o discente consiga superar suas dificuldades.

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       Vasconcelos (2000) aborda algumas dicas para o docente que busca solucionar o problema da avaliação:

  • Exercitar a autocrítica.

  • Abrir mão do uso autoritário que o sistema lhe faculta, lhe autoriza.

  • Rever a metodologia de trabalho em sala de aula.

  • Redimensionar o uso da avaliação (tanto do ponto de vista da forma como do conteúdo).

  • Alterar a postura diante dos resultados da avaliação; (ex: o aluno errou fazer com que durante o processo avaliativo, o aluno perceba o erro e concerte).

      As mudanças exigem esforço ativo e consciente, para que se atinja uma transformação na prática. Nesse sentido a avaliação ultrapassa o modelo padronizado que se mantêm nas escolas (testes e provas) com intuito de classificar os alunos, pois muitas vezes não ocorre reflexão sobre os resultados que foram obtidos. É necessário destacar que não existem receitas prontas e sim alguns princípios norteadores nos quais escolas e docentes podem se basear e criar estratégias para concretizar a avaliação como processo contínuo.

 

Referências

ADAMUZ, Regina C. Avaliação Educacional: Uma Reflexão. Paraná, 2015. Disponível em: <http://www.unopar.br/portugues/revfonte/artigos/7avaliacao/7avaliacao.html>. Acesso em: 01 out 15.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1995.

VASCONCELLOS, Celso S. Avaliação: concepção dialética-libertadora do processo de avaliação escolar. 17ª Ed. São Paulo: Libertad, 2000.

 

​*Data original da publicação: 09 de novembro de 2015.

Ano: 
2015