Filme

Sede de Viver: Um artista e sua relação com a sociedade burguesa

 

 

Estou em uma cela, estou preso, estou só, estou assustado! (informação verbal) [1]

Esta expressão de Van Gogh externa, no filme “sede de viver”, o sublime pensamento de um artista que viveu imerso em uma sociedade burguesa que mal lhe compreendia. Ela contém mais que simplórias frases amontoadas. Esta oração carrega sentimento de aflição do artista que procurava expressar em suas pinturas mais que formas; desejava expressar sentimentos!

Assim, Gogh era um indivíduo que mais sentia do que falava e exterioriza esse seu sentir através de suas pinturas. Ele foi um ser que protestou contra a hipocrisia burguesa!

Posto isto, “Sede de viver” é uma película estadunidense que conta o drama da vida de Vincent Willem van Gogh. Nela, Kirk Douglas vive a alma e os anseios deste pintor que teve a sua história marcada por fracassos, pois não seguiu os padrões estabelecidos pela a sociedade de sua época. Gogh não constituiu família nem foi capaz de custear sua própria existência! Portanto, não haveria melhor tradução para intitular esta obra. Para identificar este magistral e esplendoroso filme, pois expressa exatamente o que um artista como Van Gogh desejava arduamente: viver! Viver sem amarras, sem fronteiras para expressar a sua arte, sem que esta fosse inundada por regras que aprisionassem o ato de criar. E foi em busca de expressar essa liberdade que ele pôs em prática e em telas o que desejava pintar “a arte que faz expressa então sua inconformidade e, inclusive, sua rebeldia contra esse mundo burguês” (VAZQUEZ, 1978, p.180). Ou seja, Vicent aspirava que suas criações fossem livres dos grilhões conhecidos como harmonias regulares, texturas precisas… Ele foi um artista que sentiu “[…] como uma necessidade interior a necessidade de criar […]” (VARQUEZ, 1978, p. 185). E como suas pinturas não adotavam regras simétricas, elas não eram aceitas no mundo dos grandes pintores. E sua fama só veio após a sua morte.

Em súmula, talvez a apreciação deste filme por alunos de uma turma de Ensino Médio gere reflexões magníficas! Para tanto, questões como: o que os discentes entendem por arte? O que, para eles, são os valores éticos e morais? Qual sentido da vida? Estas, dentre outras indagações, devem nortear as discussões em classe. Assim, cabe ao docente trazer questões inquietantes para que juntos possam construir conhecimento.

 

 

 

 

REFERÊNCIAS:

 

VAZQUEZ, Adolfo Sánches. As Idéias de Marx; tradução de Carlos Nelson Coutinho. 2ª Ed, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1978.

MINNELLI, Vincente; HOUSEMAN, John. Sede de viver. Produção de John Houseman, direção de Vincente Minnelli. Estados Unidos, 1956. Embalagem amaray impressa em Português. DVD Zona 4 (América Latina, Austrália e Nova Zelândia). Descrição de extras: Comentários por Dr. Drew Casper. Áudio: inglês. Sem legendas, 122 min. Dolby Digital 1.0 (Português).

 

Créditos da imagem:

[1] Frase retirada do filme “Sede de viver”, em que Vincent Van Gogh fala com seu estimado irmão.

 

*Data original da publicação: 24 de novembro de 2012

 

Ano: 
2012